Lixo: fiscalização falha pode estimular fraudes
Yoshimura, renomada autoridade do setor, acompanha o processo de varrição da cidade desde 1970 e apontou uma série de falhas que vêm ocorrendo nos contratos vigentes. Outra questão é a falta de educação da população, um dos fatores que mais provoca acúmulo de lixo e resíduos nas calçadas e no meio-fio.
O palestrante comparou São Paulo a Tóquio que são duas cidades com alta densidade demográfica, mas com características bem distintas. Enquanto a capital paulista varre cerca de 100 quilos de lixo por quilômetro, Tóquio não chega a varrer 10 quilos. Baseado em sua experiência internacional e amplamente conhecedor do assunto, Yoshimura sugeriu uma mudança radical no tratamento da varrição em São Paulo. Em primeiro lugar, uma ampla campanha educativa divulgando os prejuízos que a cidade sofre, quando se joga o lixo na rua. Num segundo passo, a prefeitura precisa instalar lixeiras de 50 em 50 metros. Só esta medida poderia reduzir substancialmente a coleta decorrente da varrição, tornando o custo mais baixo.
Outra sugestão do palestrante foi a implantação da varrição mecanizada como ocorre em Buenos Aires e cidades similares. Entretanto, por ser um processo mais caro, a implantação seria gradativa. Yoshimura é contrário ao modelo atual e recomenda que a prefeitura contrate seus próprios garis, como é feito no Rio de Janeiro e terceirize apenas o serviço de coleta dos resíduos da varrição. Paralelamente, uma empresa de auditoria externa e totalmente isenta, cuidaria da fiscalização, emitindo relatórios mensais para monitoramento da execução dos serviços. Certamente, a prefeitura teria uma substancial economia se procedesse dessa forma. Segundo o depoente, “a cidade mais limpa não é a que mais varre, mas a que menos suja”.
Informações:
Mário Seabra
Assessor Técnico do
Gabinete do Vereador Roberto Tripoli (PV)
11-3396-4821
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